Gênero e moda traçam um novo paralelo e se despem de ideias
preconcebidas. Entre o masculino e feminino reside uma linha singular que expõe
a androginia como território da indústria que lida com a construção de
identidades, desejos e sexualidade. Longe do dilema shakespeariano do "ser
ou não ser" há muito tempo que o segmento do vestuário acenou em largar de
mão os rótulos sexistas para transgredir os limites das convenções. Do cinema
às passarelas, editoriais e campanhas que contextualizam rostos, corpos e
comportamentos carregados de interrogações que vasculham o que há sob a roupa,
sedimenta-se um mercado que congrega a moda andrógina. Sobretudo, a
proliferação de marcas e lojas dirigidas às mulheres que são fiéis ao conteúdo
do armário elaborado para homens.
A
alfaiataria minimalista apoiada no conforto é o fio condutor. Blazers,
smokings, calças e camisas... E mais: coletes, sapatos brogue, cintos,
chapéus, gravatas, abotoaduras e suspensórios colaboram para o visual de
mulheres que optam pelas linhas simples sem perder a sofisticação. A
busca rotineira pelos produtos nas lojas estritamente masculinas - ou nas
seções varonis das redes de departamento - alertou o mercado para o vácuo de
uma demanda crescente. Algumas marcas saíram na frente com o conceito da
roupa clássica do sexo oposto moldada para corpos mais curvilíneos. A
iniciativa comercial traz alívio para consumidoras cansadas de cruzar os dedos
por tamanhos pequenos e já acostumadas aos ajustes antes de vestir a peça
escolhida na vitrine.
"Sinta-se
bem consigo mesmo,não tenha vergonha de vestir o que te deixe feliz VALORIZE -
SE... Afinal ninguém é dono do seu nariz ♛" - Eduardo Holanda
No comments:
Post a Comment